A CANONICADE DA QUEBRA DE COMUNHÃO COM O PATRIARCADO...

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rafael.daher
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A CANONICADE DA QUEBRA DE COMUNHÃO COM O PATRIARCADO...

Post by rafael.daher »

A CANONICADE DA QUEBRA DE COMUNHÃO COM O PATRIARCADO ECUMÊNICO PELO SANTO MONASTÉRIO DE ESPHIGMENOU, MONTE ATHOS

por Panagiotes Iliopoulos (I Fonti tis Orthodoxias, Maio-Junho, 2006, pp. 8-13).

... Há 35 anos atrás onze monastérios do Monte Athos e alguns metropolitas do norte da Grécia deixaram de comemorar o nome do Patriarcada Atenágoras, devido às suas conhecidas atividades ecumênicas.

Nesta época a Santa Comunidade [o corpo governamental do Monte Athos] declarou que "todo monastério tem absoluta liberdade para agir conforme seu próprio julgamento e consciência" (13/11/1971). Pouco depois outros monastérios os outros monastérios voltaram com a comemoração, mesmo sem uma mudança na situação - de fato, ela ficou pior ainda. O Santo Monastério de Esphigmenou... continua sem comemorá-lo até hoje.

No pequeno espaço que temos, iremos mostar citações da história da Igreja e alguns detalhes sobre como os principais pais da Igreja deixaram de comemorar Patriarcas para não se apartar da palavra da verdade...

"Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más." II João 1,10-11

Isto é um excerto da segunda epístola de São João o Teólogo, versos 10 e 11. Isto é, absolutamente não é permitido comunhão com os qie falsificam a fé, os hereges, nem podemos saudálos. Pois quem tem boas relações com eles comungam com suas obras más.

... Os outros Santos Apóstolos pensavam da mesma maneira neste assunto. Não citarei suas opiniões por falta de espaço.

Século IV, Constantinopla.
Os arianos dominaram por quarenta anos. Segundo a decisão do Concílio da Antioquia (379), São Gregório o Teólogo foi enviado à rainha das cidades para afirmar a Ortodoxia nela. Quando ele chegou..., ele não comemorou, e absolutamente não teve comunhão alguma com o "canônico" Arcebispo de Constantinopla, Demófilo, pois ele era um Ariano. Em dois anos São Gregório mudou a capital de ariana para Ortodoxa. Segundo a decisão do Segundo Concílio Ecumênico (381), ele foi declarado Arcebispo de Constantinopla. E após a morte de São Melécio da Antioquia, ... ele foi eleito presidente do Segundo Concílio Ecumênico...

Nesta história vemos mais um grande santo da Igreja que não comemorou o "canônico" mas cacadoxo Arcebispo de Constantinopla...

Século V, Constantinopla.

Quando, em 428, o herético Nestório tornou-se Patriarca de Constantinopla, o povo resistiu, e quando seu nome era comemorado nas igrejas, as pessoas saíam da igreja gritando: "Nós temos um rei, mas ainda não temos um bispo". Os padres pararam de mencionar seu nome nos santos serviços e foram duramente perseguidos. Como prova disso podemos citar o caso de São Hipácio, que ao se defender diante de seu bispo, Euláloio, corajosamente declarou: "Eu não tenho comunhão com ele, nem com ninguém que comemora o seu nome... Ele não é um bispo.." (Acta Sanctorum, 2,57)

Igualmente, São Cirilo, quando era Patriarca de Alexandria, em sua epístola ao clero e laicato de Constantinopla, exortou-os na luta contra Nestório, e dentre outras coisas escreveu: "... mantenham-se limpos e sem culpa, sem ter comunhão com pessoa que o comemora (Nestório), nem o tenham como professor, pois ele permanece como um lobo ao invés de cordeiro" (Mansi 5, 1096).

Século VII, Constantinopla.

Quando, durante o século VII, a heresia do Monotelismo apareceu, todos os patriarcas sem exceção aceitaram esta heresia, a bandeira da verdadeira fé foi segurada por dois monges, São Máximo o Confessor e São Sofrônio, mais tarde Patriarca de Jerusalém.

Vinte anos antes da convovação do Sexto Concílio Ecumênico (680), São Máximo deixou de comemorar o nome do Patriarca de Constantinopla... e ele foi cruelmente perseguido por isso. Ele foi anatematizado, teve sua língua e mão direita cortada, e morreu exilado no Cáucaso aos 80 anos, em 662.

Oito anos mais tarde, sob o Imperador Constantino Pogonatos, o filho de Justiniano II, o Sexto Concílio Ecumênico reunido no Paláciko de Troullos "sujeitou ao anátema" quatro Patriarcas de Constantinopla, um Papa de Roma, um Patriarca de Alexandria, um Patriarca da Antioquia e outros...

Século VIII.

São João Damasceno (680-750), o grande pai e mestre da Igreja, na primeira fase do Iconoclasmo. Antes ele era o principal conselheiro do Califa de Damasco, depois se tornou monge e padre. Ele lutou contra o Iconoclasmo logo em seu início. O imperador iconoclasta da época, Leão O Isauriano, o difamou ao califa, que mandou cortar sua mão direita. Entretanto ele foi miraculosamente curado através de persistentes orações diante do ícone do Santíssimo. O assustado califa o restaurou em seu antigo posto...

Neste caso devemos observar que: (a) a luta de São João Damasceno ocorreu antes do Sétimo Concílio Ecumênico, e (b) o concílio "canônico" da época (754), que era iconoclasta, anatematizou São João Damasceno. Agora o Sínodo do fanar, que é ecumenista, tem chamado os monges Ortodoxos de Esphigmenou de cismáticos. Estes eventos são paralelos.

Nos séculos VIII-IX São Teodoro o Estudita, abade do renomado monastério de Studion perto de Constantinopla, foi um grande guerreiro e teólogo da Igreja na segunda fase do iconoclasmo (813-814). Por três vezes ele deixou de comemorar os Patriarcas de Constantinopla, e por três vezes foi deposto, anatematizado, mal tratado e exilado. Ele morreu durante seu terceiro exílio em 826, aos 67 anos.

Agora os monges de Esphigmenou, como novos estuditas, deixaram de comemorar o Patriarca, não três vezes, mas apenas uma e definitiva vez, por muitas graves razões de fé. Se São Teodoro o Estudita estivesse vivo hoje, ele iria comemorar Atenágoras, Demétrio ou Bartolomeu, sendo que em uma desta vezes que ele deixou de comemorar o Patriarca foi devido a um casamento ilegal? "Se quem o comemora é Ortodoxo, ele profana sua comunhão pelo simples fato de comemorá-lo" (PG 99, 1669A).

Continua...

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